Autor de ‘Perdido em Marte’ cria cidade lunar em novo livro

No livro “Perdido em Marte” (“The Martian”, 2011), o escritor americano Andy Weir levou os leitores para uma aventura cientificamente acurada no planeta vermelho e emplacou um sucesso no cinema, o filme homônimo de 2015 que tinha Matt Damon no papel principal e foi indicado a sete Oscars em 2016.

Agora, com “Artemis” (ed. Arqueiro), obra recém publicada no Brasil, o autor imagina como seria a primeira cidade lunar e nos dá mais uma vez um protagonista pelo qual queremos torcer muito, mesmo que o personagem tenha comportamentos um tanto questionáveis.

Na obra, essa pessoa é Jasmine Bashara, saudita criada na Lua que, embora trabalhe com o transporte de pequenas cargas pela cidade, faz uns trocados recebendo e repassando contrabando. Jasmine pode conseguir para os cidadãos da Lua álcool, café, ou qualquer outra coisa vista como perigosa ou cara demais para ser levada até o satélite.

Inteligente e ágil, Jasmine recebe uma proposta de um empresário que vive em Artemis para sabotar uma das grandes empresas de mineração que operam na Lua. A partir daí, passamos a viver com a personagem angústias parecidas com as que tivemos ao ler a história do astronauta que ficou para trás em “Perdido em Marte”.

Embora não seja tão engraçado e cativante quanto “Perdido”, o novo livro faz valer a leitura por ter a dose certa de clichês e novidade que pode agradar a leitores mais acostumados ao gênero e também aos iniciantes na ficção científica.

O livro foi publicado em novembro de 2017, mas ainda em maio do mesmo ano a Fox já havia anunciado que faria o filme.

Logo depois do lançamento, Weir disse à revista americana Newsweek que gostaria de ver os atores Queen Latifah e Dwayne Johnson (The Rock) na versão cinematográfica de “Artemis”.

A obra usa a ficção científica não só como ferramenta de entretenimento, mas também como meio para reflexão sobre política científica e tecnológica internacional. A cidade lunar só é possível, na história, porque o Quênia resolveu empreender utilizando um recurso que o Brasil também possui: a localização estratégica, próxima da linha do equador, para o lançamento de foguetes. Objetos lançados nessa faixa aproveitam melhor a velocidade de rotação da Terra e precisam de menos combustível para escapar da gravidade do planeta.

Com atração de capital estrangeiro e investimento em educação, o Quênia cria sua indústria espacial e consegue o domínio de Artemis.

O livro dá pistas do que os países localizados na linha do equador, ou próximos dela, poderiam fazer. O Brasil por exemplo, possui o bem localizado Centro de Lançamento de Alcântara (Maranhão), mas ainda dá passos lentos para um uso rentável e cientificamente produtivo do local.

Capa de “Artemis”, do escritor americano Andy Weir (Foto: divulgação)

ARTEMIS

AUTOR Andy Weir

TRADUTOR Alves Calado

EDITORA Arqueiro

QUANTO R$ 44,90 (318 págs.)

 

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