Sci-fi blog https://scifi.blogfolha.uol.com.br a ficção científica em notícias e resenhas Wed, 11 Mar 2020 16:13:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Série futurista infantojuvenil ataca desigualdades sociais da atualidade https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2020/03/11/serie-futurista-infantojuvenil-ataca-desigualdades-sociais-da-atualidade/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2020/03/11/serie-futurista-infantojuvenil-ataca-desigualdades-sociais-da-atualidade/#respond Wed, 11 Mar 2020 16:04:34 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/91YrhNjI3xL-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1466 No primeiro contato com “O Ceifador” (ed. Seguinte), livro do americano Neal Shusterman, fica a impressão de que a história contada é um remix das distopias já escritas.

O primeiro livro da trilogia Scythe nos apresenta um futuro no qual a tecnologia gerou tamanha riqueza e conforto que o trabalho é desnecessário. A vida humana se estende indefinidamente, e toda a estrutura do mundo é controlada por uma inteligência artificial onisciente e onipresente: a Nimbo-Cúmulo.

Ao contrário de outras entidades superpoderosas que aparecem em obras do gênero, a Nimbo-Cúmulo não se preocupa obsessivamente com vigiar e punir os que estão debaixo de seus cuidados, mas se dedica a fornecer os meios para que as pessoas desse futuro se sintam plenamente realizadas. Ela é bem diferente do Grande Irmão do “1984” de George Orwell, por exemplo.

Com um planeta cheio de harmonia, a sociedade decide que, para manter o equilíbrio, algumas pessoas simplesmente precisam morrer. Assim nasce a Ceifa, a organização criada para dar conta da demanda mortífera.

A série acompanha então dois jovens (Rowan e Citra) escolhidos para integrar a Ceifa e mostra a trajetória deles enquanto aprendizes e, em seguida, ceifadores.

Ao avançar na leitura, percebemos que o livro permite reflexão sobre inúmeros aspectos do presente e do futuro. A brevidade da vida –e as tecnologias que podem estendê-la–, e as desigualdades sociais são dois desses temas presentes no texto.

A possibilidade de que a tecnologia elimine empregos e torne a renda ainda mais concentrada é uma das preocupações que temos hoje. Vimos, ao longo dos últimos anos, dezenas de funções perderem sua razão de existir diante das inovações, geralmente controladas por poucas grandes empresas.

Quando lemos uma história na qual a sociedade consegue gerenciar tão bem o avanço da tecnologia e ainda fazer uma distribuição de renda que permite a todos uma vida confortável, pensamos sobre os caminhos que precisamos trilhar para ter um futuro menos catastrófico do que o que se desenha hoje para nós.

Embora a ação do livro se desenvolva nas cenas de morte e intrigas dentro da Ceifa, o contexto em que essas pessoas vivem nos provoca. É inevitável pensar em como seria se conseguíssemos, como sociedade, realizar a mesma façanha. Quão diferente o mundo seria?

Motivar o exercício de pensar em diferentes possibilidades para o mundo é talvez o principal ingrediente de uma boa ficção científica.

O segundo volume da trilogia, “A Nuvem”, já está publicado no Brasil, também pela editora Seguinte. O encerramento da série, “The Toll” (o pedágio),  foi lançado nos Estados Unidos no fim do ano passado e ainda não está disponível em português.

 

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Ficção científica contemporânea encara a Lua com escapismo e melancolia https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/07/17/ficcao-cientifica-contemporanea-encara-a-lua-com-escapismo-e-melancolia/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/07/17/ficcao-cientifica-contemporanea-encara-a-lua-com-escapismo-e-melancolia/#respond Wed, 17 Jul 2019 20:03:56 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/MV5BNjlkNjNjZGMtYTBiZS00MmU1LWE5YmQtMmVjMTQ2YzY5MmQ5XkEyXkFqcGdeQXVyNjUwNzk3NDc@._V1_SX1777_CR001777740_AL_-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1444 A empolgação do pouso lunar, feito pelos americanos no dia 20 de julho de 1969, desbotou com o tempo. Nas obras contemporâneas de ficção científica que falam sobre o satélite, a exploração dos recursos naturais dali é uma fronteira triste que a humanidade precisa cruzar quase a contragosto para sobreviver.

A conquista da Lua ganhou um novo sentido com a possibilidade de fazer mineração no solo do satélite para extração de materiais que alimentariam a nossa indústria, aqui na Terra. Mais um campo aberto para a interferência humana.

Em “Lunar” (2009), do diretor Duncan Jones, Sam Bell (interpretado pelo ator Sam Rockwell) é um astronauta que vai à Lua para trabalhar com mineração. Isolado, ele chega ao fim de seu contrato de três anos completamente esgotado.

O trabalho de Sam é essencial para a vida na Terra, coletando o Helio 3, elemento que se tornou, nesse futuro, a principal fonte de energia do planeta. Todo o contato que tem com os terráqueos é via mensagens gravadas em vídeo por sua família e enviadas a ele periodicamente.

É nesse momento final de sua jornada de trabalho que a paranoia toma conta de Sam e a paisagem desoladora da Lua vira um cenário de impacto para uma crise existencial, que passa também por uma reflexão sobre a fragilidade da vida dos humanos na Terra. Ao ver o filme, terminamos com uma pergunta: até onde iríamos para mantermos o nosso planeta?

A exploração dos minérios lunares é também tema central em “Artemis”, livro publicado em 2017 por Andy Weir (“Perdido em Marte”), que ganhou uma edição brasileira neste ano. Na história, Jazz é uma moradora de Artemis, cidade fundada na Lua para servir de base às atividades de mineração. Dotada de uma inteligência acima da média, ela faz seus bicos legais e ilegais para juntar dinheiro e ter uma vida mais confortável.

Apesar de indicar um futuro com mais tecnologia, o livro acrescenta uma pitada cyberpunk, mostrando que a distribuição dessas inovações e as melhorias na qualidade de vida não são para todos. Jazz, por exemplo, vive em um cubículo onde mal consegue ficar de pé, os banhos são trabalhosos e escassos, e a alimentação é precária.

Os ricos que vivem ali e os turistas milionários que podem passar temporadas no satélite, no entanto, têm acesso a todas regalias imagináveis. Essas pessoas escolhem ir para a Lua para viver um sonho e escapar da realidade na Terra.

Essas duas obras, que já figuram entre os trabalhos mais importantes da ficção científica contemporânea, trazem um tom diferente do livro aventureiro “Da Terra à Lua” (1865), de Júlio Verne, ou de “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, icônico filme de Kubrick de 1968. O clima de exploração e descoberta diminuiu após a tão almejada conquista do satélite. Os mistérios que esperávamos encontrar ali não se manifestaram no fim das contas.

Mas a ficção científica, perene como é, se reinventa e encontra novos ângulos para retratar um mesmo objeto de interesse. As obras recentes que se passam na Lua tentam mostrar modelos de interação entre os homens e o satélite, agora com uma visão menos otimista. Elas também soam como um alerta de que, talvez, seja melhor deixar a Lua em paz.

 

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Autor de ‘Perdido em Marte’ cria cidade lunar em novo livro https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/06/03/autor-de-perdido-em-marte-cria-cidade-lunar-em-novo-livro/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/06/03/autor-de-perdido-em-marte-cria-cidade-lunar-em-novo-livro/#respond Mon, 03 Jun 2019 21:03:27 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/1243996_462962470469717_888357661_o-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1374 No livro “Perdido em Marte” (“The Martian”, 2011), o escritor americano Andy Weir levou os leitores para uma aventura cientificamente acurada no planeta vermelho e emplacou um sucesso no cinema, o filme homônimo de 2015 que tinha Matt Damon no papel principal e foi indicado a sete Oscars em 2016.

Agora, com “Artemis” (ed. Arqueiro), obra recém publicada no Brasil, o autor imagina como seria a primeira cidade lunar e nos dá mais uma vez um protagonista pelo qual queremos torcer muito, mesmo que o personagem tenha comportamentos um tanto questionáveis.

Na obra, essa pessoa é Jasmine Bashara, saudita criada na Lua que, embora trabalhe com o transporte de pequenas cargas pela cidade, faz uns trocados recebendo e repassando contrabando. Jasmine pode conseguir para os cidadãos da Lua álcool, café, ou qualquer outra coisa vista como perigosa ou cara demais para ser levada até o satélite.

Inteligente e ágil, Jasmine recebe uma proposta de um empresário que vive em Artemis para sabotar uma das grandes empresas de mineração que operam na Lua. A partir daí, passamos a viver com a personagem angústias parecidas com as que tivemos ao ler a história do astronauta que ficou para trás em “Perdido em Marte”.

Embora não seja tão engraçado e cativante quanto “Perdido”, o novo livro faz valer a leitura por ter a dose certa de clichês e novidade que pode agradar a leitores mais acostumados ao gênero e também aos iniciantes na ficção científica.

O livro foi publicado em novembro de 2017, mas ainda em maio do mesmo ano a Fox já havia anunciado que faria o filme.

Logo depois do lançamento, Weir disse à revista americana Newsweek que gostaria de ver os atores Queen Latifah e Dwayne Johnson (The Rock) na versão cinematográfica de “Artemis”.

A obra usa a ficção científica não só como ferramenta de entretenimento, mas também como meio para reflexão sobre política científica e tecnológica internacional. A cidade lunar só é possível, na história, porque o Quênia resolveu empreender utilizando um recurso que o Brasil também possui: a localização estratégica, próxima da linha do equador, para o lançamento de foguetes. Objetos lançados nessa faixa aproveitam melhor a velocidade de rotação da Terra e precisam de menos combustível para escapar da gravidade do planeta.

Com atração de capital estrangeiro e investimento em educação, o Quênia cria sua indústria espacial e consegue o domínio de Artemis.

O livro dá pistas do que os países localizados na linha do equador, ou próximos dela, poderiam fazer. O Brasil por exemplo, possui o bem localizado Centro de Lançamento de Alcântara (Maranhão), mas ainda dá passos lentos para um uso rentável e cientificamente produtivo do local.

Capa de “Artemis”, do escritor americano Andy Weir (Foto: divulgação)

ARTEMIS

AUTOR Andy Weir

TRADUTOR Alves Calado

EDITORA Arqueiro

QUANTO R$ 44,90 (318 págs.)

 

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Em sua estreia, o ciclo vai debater as relações entre o pensamento do filósofo francês René Descartes (1650) e o filme “Matrix” (1999), dirigido pelas irmãs Lana e Lilly Wachowski.

O filme é uma distopia cyberpunk, gênero de dentro da ficção científica que mostra um mundo futuro no qual tecnologias avançadas não trouxeram melhoria na qualidade de vida da população, que vive em condições precárias. Na história, o nerd da computação Neo (Keanu Reeves) passa a ter sonhos estranhos que o levam a questionar a realidade, fator que também esteve presente na obra de Descartes.

Efeitos visuais marcantes para a época, uma sequência com dois outros longa-metragens e uma série de desdobramentos em diversos formatos de mídia, tornaram “Matrix” uma das obras de ficção científica mais marcantes de nosso tempo e renovou as discussões filosóficas no cinema de gênero.

O debate, que vai contar com a presença do filósofo Marcos Amatucci, professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Administração da ESPM, e da coordenadora do curso de cinema e audiovisual da instituição, Gisele Jordão, tem entrada gratuita. As vagas, porém, são limitadas e as inscrições podem ser feitas neste link. O evento tem início às 14h.

 

CINE CIÊNCIA ESPM 

QUANDO 10 de junho (segunda-feira), das 14h às 17h

ONDE ESPM SP (rua Dr. Álvaro Alvim, 123, Vila Mariana)

QUANTO Inscrições gratuitas

 

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Livro mostra passado de personagens da série ‘Stranger Things’ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/05/14/livro-mostra-passado-de-personagens-da-serie-stranger-things/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/05/14/livro-mostra-passado-de-personagens-da-serie-stranger-things/#respond Tue, 14 May 2019 20:18:26 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/697652-work-300x169.jpeg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1401 A série de TV “Stranger Things”, queridinha dos fãs de ficção científica e fantasia, ganhou sua primeira história oficial contada em livro que cobre eventos não mostrados pelo programa.

Em “Stranger Things – Raízes do Mal”, publicado no Brasil pela Intrínseca, a escritora americana Gwenda Bond mostra o encontro entre Terry, a mãe de Eleven (a garota com poderes psíquicos interpretada por Millie Bobby Brown) e o dr. Martin Brenner, cientista responsável pelos experimentos no misterioso laboratório da cidade fictícia de Hawkings.

Na história, a jovem Terry vai participar de testes no laboratório de Brenner no lugar de uma amiga. Ali, ela entra em um mundo secreto, com experimentos conduzidos pelo governo americano para levar até o limite as habilidades sobrenaturais de crianças recrutadas pelo projeto MKULTRA.

A obra narra eventos que vão de julho de 1969 a novembro de 1970. A primeira temporada de “Stranger Things”, que estreou no streaming em 2016, tem início com o desaparecimento de Will Byers (Noah Schnapp), em novembro de 1983. A partir do sumiço do garoto, a série acompanha três de seus amigos que investigam acontecimentos estranhos na cidade de Hawkings.

O programa tem duas temporadas disponíveis atualmente na Netflix e a próxima etapa da série tem estreia marcada para 4 de julho deste ano.

Capa do livro “Stranger Things – Raízes do Mal”, de Gwenda Bond (foto: divulgação)

RAÍZES DO MAL (SUSPICIOUS MINDS) 

AUTORA Gwenda Bond

TRADUTORA Stephanie Fernandes

EDITORA Instrínseca

QUANTO R$ 49,90 (304 págs.); 34,90 (ebook)

 

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O filme mostra a cantora cantando em Marte envolvida por um cenário futurista e tecnológico. Era exatamente o que as pessoas queriam ver naquele momento.

Naves espaciais, clones, robôs e outras referências do universo sci-fi estão presentes nos vídeos de música pop muito antes de Cher se perguntar se poderia voltar no tempo. Mas foi a partir dos anos 2000 que a onda pegou de vez.

Até o cyberpunk, vertente da ficção científica que agora começa a ganhar mais destaque até no Brasil e mistura distopia e tecnologias ultra-avançadas, chegou à música pop. No vídeo de “…Ready for It” (2018), Taylor Swift encontra uma versão robótica e superpoderosa de si mesma presa em um cubo transparente que neutraliza as investidas da cópia.

Nesse cenário catastrófico e futurista, a cantora anuncia: “que os jogos comecem”, tratando o amor romântico e as agruras da vida como uma competição.

A mesma vertente está em “Spice Up Your Life”, das Spice Girls. No vídeo de 1997, as cantoras pilotam carros voadores e dançam para animar uma cidade futurista e cinza. O cenário lembra Blade Runner, filme de Ridley Scott lançado em 1982 que é ícone do cyberpunk.

A americana Katy Perry é uma das celebridades da atualidade que mais tem explorado o universo sci-fi em sua música. “E.T”, de 2010, é o exemplo mais imediato. No vídeo, vemos um planeta destruído e a cantora, devidamente fantasiada, vive uma alienígena que implora por amor.

Em “Chained To The Rhythm”, de 2017, Katy vai a um parque de diversões tecnológico para criticar manias modernas como as redes sociais. O visual chega a lembrar alguns episódios da série “Black Mirror”, da Netflix, com cenas absurdas e coloridas ao mesmo tempo.

A obsessão amorosa é o tema de “365” (2019), música que a cantora gravou com Zedd. No filme, Katy se torna um robô humanoide dotado de inteligência artificial que passa por testes nas mãos de cientistas. Algo dá errado no projeto e o robô vai se tornando cada vez mais obcecado pelo humano que acompanha.

O roteiro do vídeo pode ter sido inspirado pelo filme “Ex_Machina”, sucesso de 2015 do diretor britânico Alex Garland que colaborou para que a discussão sobre inteligência artificial se expandisse para fora da academia.

Assunto central na ficção científica, as viagens espaciais também já fizeram a cabeça da galera do pop.

Na abertura do vídeo de “Buzina” (2019), de Pabllo Vittar, vemos uma nave espacial cortar o céu. Logo em seguida, a drag queen mais famosa do Brasil aparece falando como uma comissária de bordo, preparando os passageiros para uma viagem. Ao chegar a um planeta que parece ter saído de um dos episódios da série clássica “Star Trek”, a artista dança e interage com os alienígenas.

“Star Wars” é a referência principal de “Break Free”, música de Ariana Grande de 2014. As letras grandes com um fundo de estrelas que correm pela tela são uma referência direta aos filmes da série sci-fi de cinema. Após a introdução, a cantora surge como uma guerreira espacial.

É impossível rastrear ou tentar medir o tamanho exato do impacto que a ficção científica teve na música pop nas últimas décadas. Enquanto as narrativas do gênero floresciam na literatura e no cinema, a tecnologia e o conhecimento científico ganharam um espaço de destaque na sociedade contemporânea. Em menor ou maior escala, os vídeos que seguem essa linha refletem as transformações recentes.

Como outras obras do gênero, elas cumprem o papel de colocar em pauta a discussão de temas como o avanço da tecnologia, a digitalização das relações sociais e o futuro da exploração espacial, levando para mais pessoas os assuntos debatidos dentro dos laboratórios de ciência.

Os vídeos inspirados em ficção científica citados no texto estão reunidos na playlist criada pelo blog.

 

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Conceitos de física guiam aventura espacial em livro sci-fi de João Carlos Marinho https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/22/conceitos-de-fisica-guiam-aventura-espacial-em-livro-sci-fi-de-joao-carlos-marinho/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/22/conceitos-de-fisica-guiam-aventura-espacial-em-livro-sci-fi-de-joao-carlos-marinho/#respond Mon, 22 Apr 2019 22:07:34 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/7cb3c90dd046a3941ff36fd95807765c5cd56b3930070a2cd0e2f4e96a33ad2e_5ad928674b275-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1357 O escritor João Carlos Marinho, morto no mês passado, também deixou sua contribuição para a ficção científica brasileira. Em “O Disco 1 – A Viagem” (1996), o autor leva a Turma do Gordo, grupo de amigos que aparece em algumas de suas obras mais famosas, para o espaço.

A aventura começa com uma viagem a Monte Verde (MG), cidadezinha tranquila de interior onde a turma encontra um arbusto alienígena. O contato gera uma briga e, logo após, a turma e o arbusto (apelidado pelo grupo de Zé-folha) são sequestrados por uma nave espacial.

A trama infanto-juvenil, especialidade de Marinho, consegue fazer uma ponte entre o que se aprende na escola e os conhecimentos necessários para uma aventura no espaço.

Ainda no início da história, quando a turma de amigos está em choque com a forma como comida e sujeira aparecem e desaparecem dentro do veículo repentinamente, surge uma discussão sobre a natureza da luz, que pode se comportar como partículas de matéria ou ondas de energia, dependendo da situação.

A natureza dual da luz não é coisa simples de se entender, mas fica bem ilustrada no livro para um estudante que se depara com o conceito pela primeira vez, por exemplo.

“A matéria é igual à luz, pode ter as suas partículas separadas em ondas e depois unidas novamente”, comenta doutor Marcelo, o pai do Gordo, enquanto o grupo discute os princípios de funcionamento da nave.

Mais para o final do livro, em um momento decisivo, o próprio Gordo usa seus conhecimentos de gravidade para vencer uma batalha contra alienígenas. Sua estratégia é enfrentar os oponentes em uma zona com gravidade zero. Sem gravidade, todos ficariam com o mesmo peso (zero, no caso), e, como os inimigos eram maiores do que os humanos, as chances de vitória aumentariam.

Em uma narrativa simples e cativante, o autor mostra que aprender ciência e especular com os conhecimentos que essa área traz pode ser útil e até divertido.

O livro tem uma continuação (“O Disco 2 – A Catástrofe do Planeta Ebulidor”), publicada em 1998.

Capa do livro “O Disco 1 – A Viagem”, de João Carlos Marinho (foto: divulgação)

O DISCO

AUTOR João Carlos Marinho

EDITORA Global

QUANTO R$ 45 (128 págs.)

 

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USP recebe debate sobre ficção científica com pesquisadores e escritor https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/04/usp-recebe-debate-sobre-ficcao-cientifica-com-pesquisadores-e-escritor/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/04/usp-recebe-debate-sobre-ficcao-cientifica-com-pesquisadores-e-escritor/#respond Thu, 04 Apr 2019 20:49:19 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/14064_581967171821517_709268777_n-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1343 O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) recebe no próximo dia 24 de abril um debate sobre ficção científica entre o escritor Antônio Xerxenesky, o astrofísico Rodrigo Nemmen e o astrônomo Eduardo Cypriano, que mediará a discussão.

O evento “Encontro de Universos – uma conversa sobre ficção científica”, tem como tema principal os cruzamentos entre ciência e literatura.

Para participar do evento, que é gratuito, é preciso preencher um formulário de inscrição que estará disponível neste link a partir do dia 10 de abril. Os lugares são limitados.

Antônio Xerxenesky é autor dos livros “As Perguntas” (Companhia das Letras, 2017) e “F” (Rocco, 2014). Rodrigo Nemmen e Eduardo Cypriano são professores e pesquisadores no IAG.

 

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Conheça filmes e livros de ficção científica que retratam crises políticas https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/03/conheca-filmes-e-livros-de-ficcao-cientifica-que-retratam-crises-politicas/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/03/conheca-filmes-e-livros-de-ficcao-cientifica-que-retratam-crises-politicas/#respond Wed, 03 Apr 2019 22:07:12 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/e05ea42ae6da4d6742ad6f2b1e3879787cc125bb97ab63112b195180bbfdcdb7_5a7e27a6827d3-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1323 Obras de fantasia são um recurso rico para autores que querem dizer algo de maneira sutil. Na ficção científica, o uso de realidades alternativas e grandes catástrofes dá à narrativa a possibilidade de tratar indiretamente de assuntos que dizem respeito ao nosso mundo real.

Ao longo dos anos esse tipo de ficção vem falando sobre temas que vão muito além da ciência e da tecnologia.

Na seleção abaixo, estão algumas obras nas quais tecnologias avançadas, invasões alienígenas e realidades paralelas são usadas para escancarar crises políticas e sociais.


Pantera Negra

A briga pelo trono de Wakanda, país fictício e ultra-tecnológico da África, fica acirrada após a morte do rei T’Chaka. A instabilidade na qual o país é jogado pode fazer o vibranium, metal fictício do universo de quadrinhos da Marvel, cair em mãos erradas. O metal é o mais procurado da terra e foi usado para fazer o escudo do Capitão América e a roupa do próprio Pantera Negra, encarnado no filme pelo filho de T’Chaka, o príncipe T’Challa.

DIRETOR Ryan Coogler

ANO 2018

ONDE ASSISTIR Google Play Filmes, YouTube Filmes e iTunes

O Fruto do Vosso Ventre

O governo tecnocrata de um país-ilha luta para manter o equilíbrio populacional da nação, que corre risco de desabastecimento de comida e energia. Com medidas absurdas, os burocratas desse governo passam a controlar a vida dos cidadãos nas áreas mais íntimas. O livro foi o vencedor do prêmio Jabuti de melhor romance do ano de 1977.

AUTOR Herberto Sales

EDITORA Civilização Brasileira (atualmente o livro está esgotado, mas é possível encontrá-lo em lojas de livros usados)


V de Vingança

Um governo totalitário se instala na Inglaterra após uma guerra mundial. Nesse cenário distópico, um militante pela liberdade, conhecido apenas como V, abala as estruturas da ordem estabelecida com táticas terroristas e começa a ganhar aliados. Nos protestos de 2013 no Brasil, o personagem do filme foi uma das inspirações dos manifestantes (veja as fotos abaixo).

DIRETOR James McTeigue

ANO 2005

ONDE ASSISTIR Google Play Filmes, YouTube Filmes

Distrito 9

Alienígenas chegam à Terra e se acomodam na África do Sul. A tática do governo é a de segregar, criando espaços separados para humanos e alienígenas. A estratégia, que gera um caos social, faz alusão ao Apartheid, regime de segregação racial que foi implementado na África do Sul e durou dos anos 1940 até a década de 1990.

DIRETOR Neill Blomkamp

ANO 2009

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O Homem do Castelo Alto

O livro escrito por Philip K. Dick em 1962 mostra uma realidade alternativa, na qual as forças Aliadas (Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido e outros) perderam a Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos são divididos e Alemanha nazista e Japão controlam pedaços do país. O livro foi adaptado para a TV pelo Prime Video (Amazon) e está atualmente em sua terceira temporada.

AUTOR Philip K. Dick

TRADUTOR Fábio Fernandes

EDITORA Aleph

QUANTO R$ 46 (304 págs.)

 

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Viola Davis prepara série de ficção científica baseada em livro de Octavia Butler https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/01/viola-davis-prepara-serie-de-ficcao-cientifica-baseada-em-livro-de-octavia-butler/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/01/viola-davis-prepara-serie-de-ficcao-cientifica-baseada-em-livro-de-octavia-butler/#respond Mon, 01 Apr 2019 20:52:09 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/octavia_butler-por-Cheung-Ching-Ming-257x200.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1306 A atriz e produtora americana Viola Davis está transformando em série de TV um livro de Octavia Butler (1947-2006). “Wild Seed” (semente selvagem), obra que faz parte da série “The Patternist” (o padronista), deve chegar às telas pelo Prime Video, serviço de streaming da Amazon, segundo o site americano de entretenimento Deadline.

“Wild Seed” conta a história de dois semi-deuses africanos com meios diferentes de manter sua imortalidade. Doro ganha sua energia ao roubar os corpos de outras pessoas que mata, e Anyanwu se mantém viva pela bondade e sua habilidade de curar os outros. As duas forças antagônicas se encontram e duelam por séculos.

Com três mulheres negras no comando, a produção honra o legado de Octavia, que sempre contemplou temas ligados a gênero e racismo em suas criações. Além de Viola, produtora-executiva e uma das donas da empresa responsável pela adaptação, a escritora de ficção científica afrofuturista Nnedi Okorafor e a diretora de cinema queniana Wanuri Kahiu ficarão responsáveis pelo roteiro. Wanuri também vai dirigir a série.

A atriz americana Viola Davis na cerimônia de entrega do prêmio Bafta de 2019 (foto: Tolga Akmen – 10.fev.2019/AFP)

Viola Davis, ganhadora de um Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2017, disse ao Deadline que o livro foi uma das obras que moldou sua vida. “Octavia Butler foi uma visionária e nós esperamos honrar e compartilhar o seu trabalho com o mundo”, afirmou a atriz ao site americano.

Morta em 2006, Octavia só chegou ao Brasil em 2017 com o livro “Kindred – Laços de Sangue“, publicado pela Morro Branco, editora que pretende trazer a obra completa da autora ao país. A versão em português de “Wild Seed”, porém, ainda não tem data de publicação marcada.

 

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