Sci-fi blog https://scifi.blogfolha.uol.com.br a ficção científica em notícias e resenhas Wed, 11 Mar 2020 16:13:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Conceitos de física guiam aventura espacial em livro sci-fi de João Carlos Marinho https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/22/conceitos-de-fisica-guiam-aventura-espacial-em-livro-sci-fi-de-joao-carlos-marinho/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/22/conceitos-de-fisica-guiam-aventura-espacial-em-livro-sci-fi-de-joao-carlos-marinho/#respond Mon, 22 Apr 2019 22:07:34 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/7cb3c90dd046a3941ff36fd95807765c5cd56b3930070a2cd0e2f4e96a33ad2e_5ad928674b275-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1357 O escritor João Carlos Marinho, morto no mês passado, também deixou sua contribuição para a ficção científica brasileira. Em “O Disco 1 – A Viagem” (1996), o autor leva a Turma do Gordo, grupo de amigos que aparece em algumas de suas obras mais famosas, para o espaço.

A aventura começa com uma viagem a Monte Verde (MG), cidadezinha tranquila de interior onde a turma encontra um arbusto alienígena. O contato gera uma briga e, logo após, a turma e o arbusto (apelidado pelo grupo de Zé-folha) são sequestrados por uma nave espacial.

A trama infanto-juvenil, especialidade de Marinho, consegue fazer uma ponte entre o que se aprende na escola e os conhecimentos necessários para uma aventura no espaço.

Ainda no início da história, quando a turma de amigos está em choque com a forma como comida e sujeira aparecem e desaparecem dentro do veículo repentinamente, surge uma discussão sobre a natureza da luz, que pode se comportar como partículas de matéria ou ondas de energia, dependendo da situação.

A natureza dual da luz não é coisa simples de se entender, mas fica bem ilustrada no livro para um estudante que se depara com o conceito pela primeira vez, por exemplo.

“A matéria é igual à luz, pode ter as suas partículas separadas em ondas e depois unidas novamente”, comenta doutor Marcelo, o pai do Gordo, enquanto o grupo discute os princípios de funcionamento da nave.

Mais para o final do livro, em um momento decisivo, o próprio Gordo usa seus conhecimentos de gravidade para vencer uma batalha contra alienígenas. Sua estratégia é enfrentar os oponentes em uma zona com gravidade zero. Sem gravidade, todos ficariam com o mesmo peso (zero, no caso), e, como os inimigos eram maiores do que os humanos, as chances de vitória aumentariam.

Em uma narrativa simples e cativante, o autor mostra que aprender ciência e especular com os conhecimentos que essa área traz pode ser útil e até divertido.

O livro tem uma continuação (“O Disco 2 – A Catástrofe do Planeta Ebulidor”), publicada em 1998.

Capa do livro “O Disco 1 – A Viagem”, de João Carlos Marinho (foto: divulgação)

O DISCO

AUTOR João Carlos Marinho

EDITORA Global

QUANTO R$ 45 (128 págs.)

 

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USP recebe debate sobre ficção científica com pesquisadores e escritor https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/04/usp-recebe-debate-sobre-ficcao-cientifica-com-pesquisadores-e-escritor/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/04/usp-recebe-debate-sobre-ficcao-cientifica-com-pesquisadores-e-escritor/#respond Thu, 04 Apr 2019 20:49:19 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/14064_581967171821517_709268777_n-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1343 O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) recebe no próximo dia 24 de abril um debate sobre ficção científica entre o escritor Antônio Xerxenesky, o astrofísico Rodrigo Nemmen e o astrônomo Eduardo Cypriano, que mediará a discussão.

O evento “Encontro de Universos – uma conversa sobre ficção científica”, tem como tema principal os cruzamentos entre ciência e literatura.

Para participar do evento, que é gratuito, é preciso preencher um formulário de inscrição que estará disponível neste link a partir do dia 10 de abril. Os lugares são limitados.

Antônio Xerxenesky é autor dos livros “As Perguntas” (Companhia das Letras, 2017) e “F” (Rocco, 2014). Rodrigo Nemmen e Eduardo Cypriano são professores e pesquisadores no IAG.

 

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Conheça filmes e livros de ficção científica que retratam crises políticas https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/03/conheca-filmes-e-livros-de-ficcao-cientifica-que-retratam-crises-politicas/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/03/conheca-filmes-e-livros-de-ficcao-cientifica-que-retratam-crises-politicas/#respond Wed, 03 Apr 2019 22:07:12 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/e05ea42ae6da4d6742ad6f2b1e3879787cc125bb97ab63112b195180bbfdcdb7_5a7e27a6827d3-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1323 Obras de fantasia são um recurso rico para autores que querem dizer algo de maneira sutil. Na ficção científica, o uso de realidades alternativas e grandes catástrofes dá à narrativa a possibilidade de tratar indiretamente de assuntos que dizem respeito ao nosso mundo real.

Ao longo dos anos esse tipo de ficção vem falando sobre temas que vão muito além da ciência e da tecnologia.

Na seleção abaixo, estão algumas obras nas quais tecnologias avançadas, invasões alienígenas e realidades paralelas são usadas para escancarar crises políticas e sociais.


Pantera Negra

A briga pelo trono de Wakanda, país fictício e ultra-tecnológico da África, fica acirrada após a morte do rei T’Chaka. A instabilidade na qual o país é jogado pode fazer o vibranium, metal fictício do universo de quadrinhos da Marvel, cair em mãos erradas. O metal é o mais procurado da terra e foi usado para fazer o escudo do Capitão América e a roupa do próprio Pantera Negra, encarnado no filme pelo filho de T’Chaka, o príncipe T’Challa.

DIRETOR Ryan Coogler

ANO 2018

ONDE ASSISTIR Google Play Filmes, YouTube Filmes e iTunes

O Fruto do Vosso Ventre

O governo tecnocrata de um país-ilha luta para manter o equilíbrio populacional da nação, que corre risco de desabastecimento de comida e energia. Com medidas absurdas, os burocratas desse governo passam a controlar a vida dos cidadãos nas áreas mais íntimas. O livro foi o vencedor do prêmio Jabuti de melhor romance do ano de 1977.

AUTOR Herberto Sales

EDITORA Civilização Brasileira (atualmente o livro está esgotado, mas é possível encontrá-lo em lojas de livros usados)


V de Vingança

Um governo totalitário se instala na Inglaterra após uma guerra mundial. Nesse cenário distópico, um militante pela liberdade, conhecido apenas como V, abala as estruturas da ordem estabelecida com táticas terroristas e começa a ganhar aliados. Nos protestos de 2013 no Brasil, o personagem do filme foi uma das inspirações dos manifestantes (veja as fotos abaixo).

DIRETOR James McTeigue

ANO 2005

ONDE ASSISTIR Google Play Filmes, YouTube Filmes

Distrito 9

Alienígenas chegam à Terra e se acomodam na África do Sul. A tática do governo é a de segregar, criando espaços separados para humanos e alienígenas. A estratégia, que gera um caos social, faz alusão ao Apartheid, regime de segregação racial que foi implementado na África do Sul e durou dos anos 1940 até a década de 1990.

DIRETOR Neill Blomkamp

ANO 2009

ONDE ASSISTIR Google Play Filmes, YouTube Filmes


O Homem do Castelo Alto

O livro escrito por Philip K. Dick em 1962 mostra uma realidade alternativa, na qual as forças Aliadas (Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido e outros) perderam a Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos são divididos e Alemanha nazista e Japão controlam pedaços do país. O livro foi adaptado para a TV pelo Prime Video (Amazon) e está atualmente em sua terceira temporada.

AUTOR Philip K. Dick

TRADUTOR Fábio Fernandes

EDITORA Aleph

QUANTO R$ 46 (304 págs.)

 

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Érico Veríssimo usou imortal para contar história do Brasil

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Em obra de 1937, Érico Veríssimo usou imortal para contar história do Brasil https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/03/27/em-obra-de-1937-erico-verissimo-usou-imortal-para-contar-historia-do-brasil/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/03/27/em-obra-de-1937-erico-verissimo-usou-imortal-para-contar-historia-do-brasil/#respond Wed, 27 Mar 2019 17:22:28 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/a7e2b7fb27abf323dcf7e44ccf9e7233a8d53ab8c863fba974926c74aba3cb28_5ad8e27d89de7-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1277 O índio Tibicuera nasce um pouco antes de 1500. Franzino e sem grandes expectativas na tribo, ganha a imortalidade de seu pajé e parte dali para presenciar momentos marcantes da história do Brasil.

“As Aventuras de Tibicuera”, obra publicada em 1937 por Érico Veríssimo foi a forma que o autor encontrou para contar sua própria versão da história brasileira. Algumas edições mais antigas traziam na capa o subtítulo “que também são as aventuras do Brasil”.

O autor contempla o grosso da história brasileira. Tibicuera vê os portugueses chegarem ao país (quando ainda nem sonhava em se tornar um país), se torna amigo do imperador, acompanha a luta de Zumbi dos Palmares e até participa da Guerra do Paraguai.

Escrito como livro infanto-juvenil, “Tibicuera” também pode animar os mais velhos. A obra é dividida em pequenos capítulos e o tom leve, bem-humorado, torna a leitura um passe de mágica.

Veríssimo foi um mestre da ficção especulativa, mas talvez ainda seja pouco conhecido por esse seu lado. Em “Viagem à Aurora do Mundo” (1939), os personagens fazem viagens no tempo ao olhar através de um dispositivo que permite observar a evolução da vida na terra.

Em “Incidente em Antares”, de 1971, o autor mergulha no realismo fantástico com uma história na qual uma greve de coveiros faz com que os defuntos não tenham o descanso merecido e fiquem vagando pela cidade.

“Tibicuera” pode não ser uma ficção científica pesada (ou “hard”, no inglês), do tipo que destrincha conceitos de ciência no enredo. Mas traz um bom uso da especulação sobre uma distorção na realidade e usa isso para contar uma boa história, divertida e com uma função social.

Depois de passar por séculos de aventuras, a história de Tibicuera, pelo menos no livro, acaba em 1942, em um apartamento em Copacabana.

Veríssimo teve um predecessor importante. Entre 1872 e 1882, Machado de Assis publicou duas histórias sobre imortalidade que podem ter motivado o escritor gaúcho a escrever “Tibicuera”. Falamos dos contos de Machado neste texto do Sci-Fi.

Capa do livro "As Aventuras de Tibicuera", de Érico Veríssimo (foto: divulgação)
Capa do livro “As Aventuras de Tibicuera”, de Érico Veríssimo (foto: divulgação)

 

AS AVENTURAS DE TIBICUERA

AUTOR Érico Veríssimo

EDITORA Companhia das Letras

QUANTO R$ 37,90

 

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Veja cinco obras para conhecer a ficção científica brasileira atual https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/03/22/veja-cinco-obras-para-conhecer-a-ficcao-cientifica-brasileira-atual/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/03/22/veja-cinco-obras-para-conhecer-a-ficcao-cientifica-brasileira-atual/#respond Fri, 22 Mar 2019 20:10:04 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/b991067d77a73ce4db1849c625ad78b2e3a09934cecb7dc83c98ee00c0f3df19_5ae81e1eadce4-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1266 A nova produção brasileira em ficção científica é diversa nos temas que cobre. De invasões alienígenas a robôs sexuais, os escritores que se aventuram no gênero estão inovando na forma de contar histórias de um jeito brasileiro.

O Sci-Fi fez uma seleção com cinco obras essenciais para quem quer ter um panorama da ficção científica brasileira atual.

Confira a lista abaixo.


O Caçador Cibernético Da Rua Treze, de Fábio Kabral

O romance lançado em 2017 é um marco para o afrofuturismo brasileiro. No livro, acompanhamos as aventuras de João Arolê, um caçador de espíritos malignos em um cenário futurista e repleto de referências da mitologia Iorubá.

EDITORA Malê

QUANTO R$ 45 (208 págs.)

Capa de “O Caçador Cibernético da Rua Treze”, de Fábio Kabral (foto: divulgação)

 

As Águas-Vivas Não Sabem de Si, de Aline Valek

Neste primeiro romance publicado por Aline Valek, conhecemos Corina, pesquisadora que embarca em uma expedição ao fundo do mar. Na viagem, o grupo de cinco integrantes experimenta escuridão, imensidão e a busca por inteligência no fundo do oceano.

EDITORA Rocco

QUANTO R$ 34,50 (296 págs.)

 

Aqui Quem Fala É da Terra, vários autores (org. de André Caniato e Jana Bianchi)

coletânea de contos, umas das primeiras publicações da editora Plutão, traz nove histórias de encontros com alienígenas. Com momentos de terror e humor, o livro mostra a força dos novos escritores do gênero no Brasil. O livro está disponível apenas em formato digital.

EDITORA Plutão Livros

QUANTO R$ 7,90 (e-book)

 

Eros Ex Machina – Robôs Sexuais, vários autores (org. de Luiz Bras)

Antologia que traz contos de autores brasileiros sobre robôs sexuais. As histórias têm diversidade de visões sobre esse futuro –dos mais catastróficos aos otimistas– e fazem pensar sobre a chegada da tecnologia.

EDITORA @link

QUANTO R$ 35 (atualmente indisponível na editora)

Capa da coletânea de contos “Eros Ex Machina – Robôs Sexuais” (foto: divulgação)

 

3%, série criada por Pedro Aguilera

A série mostra um Brasil distópico e profundamente segregado, no qual apenas 3% da população é selecionada para viver em uma ilha altamente tecnológica e harmoniosa. O programa teve sua estreia em 2016 e está atualmente em sua segunda temporada.

Disponível na Netflix 

Cena da primeira temporada da série “3%”, disponível na Netflix (foto: divulgação)

 

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Autora Brasileira cria universo com robôs ultra-avançados em novo livro https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/03/08/autora-brasileira-cria-universo-com-robos-ultra-avancados-em-novo-livro/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/03/08/autora-brasileira-cria-universo-com-robos-ultra-avancados-em-novo-livro/#respond Fri, 08 Mar 2019 20:09:03 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/biossimilares-e1552066914149-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1199 Robôs que limpam a casa, empilham coisas ou executam qualquer tarefa pré-programada não são novidade, mas em “O Fantasma da Máquina” (ed. Plutão Livros), livro de estreia da brasileira Gabriela S. Nascimento, 31, a autora imagina um mundo no qual androides ficam tão parecidos com os humanos que um único robô começa a empreender um tipo de escalada evolutiva.

Essa é a história de Alex, uma máquina criada para imitar uma jovem humana de maneira impecável, comprada por um político rico de Aurora, uma ilha isolada imaginada onde a história se passa, para ser a companhia de seu filho solitário.

Quando Kris, o dono de Alex, morre, a robô começa a experimentar uma transformação que a vai tornando cada vez mais humana –sem que chegue de fato a ser.

As aventuras de Alex por Aurora incluem até a passagem por um prostíbulo onde os robôs são a principal atração. Para Gabriela, que conta gostar de ler histórias de autores como Philip K. Dick, Isaac Asimov e Arthur C. Clarke desde a infância, se algum dia viermos a ter robôs tão avançados, um bordel robótico seria uma das primeira coisas que os humanos fariam com eles.

Mapa de Aurora, ilha fictícia onde se passa a história de “O Fantasma da Máquina” (foto: Bruno Müller e Paula Cruz)

Com dois contos publicados antes do romance, Gabriela diz que o rascunho de “O Fantasma” foi sua primeira produção pensada para publicação. Depois de um tempo engavetada, a história foi ressuscitada pela escritora e ganhou vida em formato digital. Ainda bem, o romance é mais uma prova da força que a ficção científica nacional tem alcançado e não fica para trás de lançamentos americanos que fazem sucesso pelo Brasil.

Gabriela acerta no tema, um dos assuntos mais relevantes dentro da ciência atualmente, mas também agrada pela narrativa, que foge de clichês estrangeiros e dá um enfoque humano sobre o que está acontecendo com Alex.

Androides ultra-avançados estão em livros e filmes de sucesso, mas vão se tornar realidade? A autora diz acreditar que os robôs ficarão cada vez menores e não serão tão semelhantes aos humanos, como na narrativa que criou. “Acho fascinante, mas ao mesmo tempo tenho um pouco de medo [de androides]”, conclui.

O livro está disponível apenas em formato digital.

Imagem da capa de “O Fantasma da Máquina”, de Gabriela S. Nascimento (foto: Divulgação/Paula Cruz)

O FANTASMA DA MÁQUINA

Autora Gabriela S. Nascimento

Editora Plutão Livros

Quanto R$ 7,90 (e-book)

 

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Livro de contos brasileiros mostra alienígenas adoráveis e sombrios https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/01/28/livro-de-contos-brasileiros-mostra-alienigenas-adoraveis-e-sombrios/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/01/28/livro-de-contos-brasileiros-mostra-alienigenas-adoraveis-e-sombrios/#respond Mon, 28 Jan 2019 20:26:32 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/DmQcbtEWwAAy9Z8-e1548702188980-275x200.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=967 Alô, alô, marciano.

Em “Aqui Quem Fala É da Terra”, coletânea de contos de ficção científica de autores brasileiros lançada pela Plutão Livros em outubro de 2018, os ETs podem arrancar risadas ou arrepios.

A história “Balé de Almôndegas”, de Rodrigo Van Kampen, abre o livro e dá uma boa amostra do que o volume reserva aos leitores.

No conto, uma cozinheira alienígena capaz de tomar qualquer forma cria laços com uma criança terráquea por um motivo nada nobre: seu objetivo em nosso planeta é transformar todos os seus moradores em comida para uma festa de casamento interplanetária.

Como na primeira narrativa, o humor e o terror andam lado a lado no restante do livro.

A comédia só desaparece completamente em duas histórias. Uma delas, “Entre as Gotas de Chuva, Encruzilhada”, de Cirilo S. Lemos, é talvez a mais sombria e violenta da coletânea e narra o encontro entre forças alienígenas e um grupo de crianças de rua.

Os contos “O Morango de Itaipu” e “Estrela Cadente” encerram o volume com graça e fofura. “O Morango”, da escritora e youtuber Mayra Sigwalt, fala sobre a inusitada chegada de uma nave espacial a uma pequena cidade do interior de Santa Catarina conhecida pelo seu festival anual de morangos.

O autor Vitor Martins (“Quinze Dias”) mostra pela primeira vez sua experiência com a ficção científica em “Estrela Cadente”, que conta a história de uma extraterrestre adolescente que vem à Terra com a família para desvendar as emoções humanas.

O livro faz sentir orgulho da nova geração de escritores brasileiros que se aventura na ficção científica. Pode até não ser perfeito para todos os tipos de leitores, mas sem dúvida mostra o potencial que o país tem para produzir histórias de qualidade dentro do gênero.

O reconhecimento da obra foi rápido. O livro, disponível apenas em edição digital, ocupa há algumas semanas a primeira posição dos mais vendidos da Amazon na categoria “Contos de Ficção Científica”.

Será que podemos esperar um retorno dos alienígenas ao Brasil?

Capa da coletânea de contos “Aqui Quem Fala É da Terra”, da editora Plutão Livros (foto: divulgação)

AQUI QUEM FALA É DA TERRA

AUTORES Vitor Martins, Mayra Sigwalt, Bárbara Morais, Alliah, Rodrigo van Kampen, Cirilo S. Lemos, Clara Madrigano, Jana Bianchi (org.) e André Caniato (org.)

EDITORA Plutão Livros

QUANTO R$ 7,90 (245 págs.)

 

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Ficção científica de Machado de Assis é reunida em edição digital https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/01/07/ficcao-cientifica-de-machado-de-assis-e-reunida-em-edicao-digital/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/01/07/ficcao-cientifica-de-machado-de-assis-e-reunida-em-edicao-digital/#respond Mon, 07 Jan 2019 20:12:39 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/machado1-300x200.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=870 Machado de Assis (1839-1908) foi também um dos precursores da ficção científica no Brasil. O registro desse episódio está agora completo em “Sobre a imortalidade de Rui de Leão” (editora Plutão), livro digital lançado no ano passado e que contém as duas versões de uma mesma história, escritas no final do século 19.

Nas duas narrativas, o mesmo personagem, Rui de Leão, encontra um chefe indígena que lhe oferece um elixir ancestral da imortalidade. Produzidas com um intervalo de dez anos, as histórias variam na maneira como o personagem enfrenta a nova e incomum condição.

Em “Rui de Leão”, publicado originalmente em 1872 no Jornal das Famílias, o personagem principal recebe a poção preparada por um líder de aldeia segundo a ordem de Tupã –divindade da mitologia indígena brasileira. O narrador machadiano passa então a contar as aventuras de Rui, que vive até se cansar de tudo que o mundo pode oferecer.

Na segunda versão, “O Imortal”, publicado pela primeira vez em 1882 na revista A Estação, o narrador é o próprio filho de Rui. O texto mostra o amadurecimento da premissa inventiva de Machado. Em um certo momento, o narrador diz: “A ciência de um século não sabia tudo; outro século vem e passa adiante. Quem sabe, dizia ele consigo, se os homens não descobrirão um dia a imortalidade, e se o elixir científico não será essa mesma droga selvática?”

O autor criou, assim, uma história que refletia seu contexto. As cidades incharam no século 19, as péssimas condições de saneamento nesses novos aglomerados urbanos fez aumentar a proliferação de doenças infecciosas, tornando a longevidade um item de luxo. Ao mesmo tempo, todo o desenvolvimento científico iniciado com a Revolução Industrial chegava a seu auge e dava esperanças de melhorias em áreas como a medicina e a nutrição.

O livro digital traz ainda um prefácio de Roberto de Sousa Causo, autor e pesquisador de ficção científica. No texto, Causo traça um breve panorama do nascimento e desenvolvimento do gênero no país. A obra está disponível para Kindle, Kobo e Android, mas os contos podem também ser lidos separadamente de graça no portal Domínio Público (“Rui de Leão” e “O Imortal”).

Capa do livro digital "Sobre a Imortalidade de Rui de Leão", com dois contos de Machado de Assis
Capa do livro digital “Sobre a Imortalidade de Rui de Leão”, com dois contos de Machado de Assis (foto: divulgação)

SOBRE A IMORTALIDADE DE RUI DE LEÃO

AUTOR Machado de Assis

EDITORA Plutão

QUANTO R$ 5,90 (124 págs.)

 

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