Sci-fi blog https://scifi.blogfolha.uol.com.br a ficção científica em notícias e resenhas Wed, 11 Mar 2020 16:13:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 USP recebe debate sobre ficção científica com pesquisadores e escritor https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/04/usp-recebe-debate-sobre-ficcao-cientifica-com-pesquisadores-e-escritor/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/04/04/usp-recebe-debate-sobre-ficcao-cientifica-com-pesquisadores-e-escritor/#respond Thu, 04 Apr 2019 20:49:19 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/14064_581967171821517_709268777_n-320x213.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=1343 O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) recebe no próximo dia 24 de abril um debate sobre ficção científica entre o escritor Antônio Xerxenesky, o astrofísico Rodrigo Nemmen e o astrônomo Eduardo Cypriano, que mediará a discussão.

O evento “Encontro de Universos – uma conversa sobre ficção científica”, tem como tema principal os cruzamentos entre ciência e literatura.

Para participar do evento, que é gratuito, é preciso preencher um formulário de inscrição que estará disponível neste link a partir do dia 10 de abril. Os lugares são limitados.

Antônio Xerxenesky é autor dos livros “As Perguntas” (Companhia das Letras, 2017) e “F” (Rocco, 2014). Rodrigo Nemmen e Eduardo Cypriano são professores e pesquisadores no IAG.

 

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Ficção científica de Machado de Assis é reunida em edição digital https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/01/07/ficcao-cientifica-de-machado-de-assis-e-reunida-em-edicao-digital/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2019/01/07/ficcao-cientifica-de-machado-de-assis-e-reunida-em-edicao-digital/#respond Mon, 07 Jan 2019 20:12:39 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/machado1-300x200.jpg https://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=870 Machado de Assis (1839-1908) foi também um dos precursores da ficção científica no Brasil. O registro desse episódio está agora completo em “Sobre a imortalidade de Rui de Leão” (editora Plutão), livro digital lançado no ano passado e que contém as duas versões de uma mesma história, escritas no final do século 19.

Nas duas narrativas, o mesmo personagem, Rui de Leão, encontra um chefe indígena que lhe oferece um elixir ancestral da imortalidade. Produzidas com um intervalo de dez anos, as histórias variam na maneira como o personagem enfrenta a nova e incomum condição.

Em “Rui de Leão”, publicado originalmente em 1872 no Jornal das Famílias, o personagem principal recebe a poção preparada por um líder de aldeia segundo a ordem de Tupã –divindade da mitologia indígena brasileira. O narrador machadiano passa então a contar as aventuras de Rui, que vive até se cansar de tudo que o mundo pode oferecer.

Na segunda versão, “O Imortal”, publicado pela primeira vez em 1882 na revista A Estação, o narrador é o próprio filho de Rui. O texto mostra o amadurecimento da premissa inventiva de Machado. Em um certo momento, o narrador diz: “A ciência de um século não sabia tudo; outro século vem e passa adiante. Quem sabe, dizia ele consigo, se os homens não descobrirão um dia a imortalidade, e se o elixir científico não será essa mesma droga selvática?”

O autor criou, assim, uma história que refletia seu contexto. As cidades incharam no século 19, as péssimas condições de saneamento nesses novos aglomerados urbanos fez aumentar a proliferação de doenças infecciosas, tornando a longevidade um item de luxo. Ao mesmo tempo, todo o desenvolvimento científico iniciado com a Revolução Industrial chegava a seu auge e dava esperanças de melhorias em áreas como a medicina e a nutrição.

O livro digital traz ainda um prefácio de Roberto de Sousa Causo, autor e pesquisador de ficção científica. No texto, Causo traça um breve panorama do nascimento e desenvolvimento do gênero no país. A obra está disponível para Kindle, Kobo e Android, mas os contos podem também ser lidos separadamente de graça no portal Domínio Público (“Rui de Leão” e “O Imortal”).

Capa do livro digital "Sobre a Imortalidade de Rui de Leão", com dois contos de Machado de Assis
Capa do livro digital “Sobre a Imortalidade de Rui de Leão”, com dois contos de Machado de Assis (foto: divulgação)

SOBRE A IMORTALIDADE DE RUI DE LEÃO

AUTOR Machado de Assis

EDITORA Plutão

QUANTO R$ 5,90 (124 págs.)

 

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Ilustrações renovam clássico ‘Uma Dobra no Tempo’ em HQ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/05/29/ilustracoes-renovam-classico-uma-dobra-no-tempo-em-hq/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/05/29/ilustracoes-renovam-classico-uma-dobra-no-tempo-em-hq/#respond Tue, 29 May 2018 14:50:25 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/Dobra-No-Tempo-Capa-01-2-300x200.jpg http://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=617 “Uma Dobra no Tempo”, de Madeleine L’Engle (HarperCollins, R$ 29,90, 240 págs.), é um livro difícil de ser adaptado. Escrita em 1962, a obra é um conto infantil que mistura elementos de fantasia, ficção científica e religião em uma aventura guiada por conceitos e personagens incomuns.

O filme, lançado no início do ano e dirigido por Ava DuVernay (Selma – Uma Luta pela Igualdade), enfrentou críticas e não decolou –ficou com uma pontuação de 4,2 no IMDb. A versão em quadrinhos, porém, consegue trazer a essência da história de Madeleine com uma roupagem leve e fluida graças aos desenhos e à adaptação da ilustradora americana Hope Larson.

A HQ “Uma Dobra no Tempo” (DarkSide, R$ 69,90, 392 págs.), lançada em português em março deste ano, conta a história de Meg Murry, uma garota cujo pai, físico, está preso por forças malignas em algum pedaço remoto do espaço. No caminho para o resgate do pai, personagens inusitados aparecem para guiar a jovem em uma trama repleta de lições sobre aceitação e tolerância.

A adaptação feita por Hope para os quadrinhos conservou a história do primeiro livro da série quase integralmente (são cinco volumes no total), mas as ilustrações parecem dar novo fôlego para a obra e devem agradar até quem poderia torcer o nariz para o romance original.

Isso porque o universo criado por Madeleine coloca viagens no tempo e trechos da bíblia lado a lado. Os mais religiosos podem não gostar do elenco de personagens com cara de pagãos, e os fãs de ficção científica certamente irão estranhar as referências bíblicas.

Em uma história sobre tolerância, no entanto, isso é educativo e a cola entre esses dois mundos, pelo menos na HQ, é a ilustração com um traço flexível e em tons de azul que Hope colocou nessas páginas. Torna prazerosa a leitura de qualquer conto por mais maluco que seja.

Hoje considerado um clássico da ficção científica, o romance original chegou a ganhar a Medalha Newbery, prêmio americano para os melhores livros para crianças. Ele inovou também ao trazer como protagonista uma menina que se interessava por matemática e ciências.

Com a versão em HQ, a ilustradora leva esse universo para novas gerações sem ter de reescrevê-lo, mas apenas fazendo a trama saltar das páginas em imagens simples e atraentes.

 

HQ UMA DOBRA NO TEMPO (A WRINKLE IN TIME)

AUTORAS Madeleine L’Engle e Hope Larson

ILUSTRADORA Hope Larson

TRADUTOR Érico Assis

EDITORA DarkSide

QUANTO R$ 69,90; 392 págs.; capa dura

 

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Sesc Avenida Paulista realiza encontro literário de ficção científica e fantasia https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/sesc-avenida-paulista-realiza-encontro-literario-de-ficcao-cientifica-e-fantasia/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/sesc-avenida-paulista-realiza-encontro-literario-de-ficcao-cientifica-e-fantasia/#respond Wed, 16 May 2018 21:04:07 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/e15394c266b99800f16a4d6a1b00b7c0c7bcfee4dc738a469ffc1bc95ccb19e0_5ade6b33cbe23-267x200.jpg http://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=595 O Sesc Avenida Paulista, reaberto no final do mês passado, vai receber um evento inteiramente dedicado à literatura de ficção científica e fantasia nos dias 24 e 31 de maio e 14 de junho.

O encontro “O Futuro é o Corpo, a Tecnologia é o Presente” vai ter debates e oficinas com autores brasileiros e especialistas no tema.

Dois dos destaques no meio nos últimos anos, os escritores Eric Novello e Felipe Castilho, participam de um painel sobre a produção brasileira na área, no dia 31 de maio, às 19h30. O debate conta ainda com Anne Caroline Quiangala, blogueira do “Preta, Nerd  & Burning in Hell”.

Novello, autor da distopia “Ninguém Nasce Herói” (editora Seguinte, 384 págs., R$ 39,90), diz que a discussão deve trazer um panorama da ficção científica e fantasia feita no país nos últimos anos e também falar sobre os caminhos para quem quer se tornar um escritor de um dos gêneros.

“A literatura fantástica já conseguiu acabar com parte do preconceito que sofria. Hoje, as editoras já perceberam que o gênero faz muito sucesso principalmente entre os mais jovens e isso ajudou a abrir portas para autores nacionais”, afirma o escritor.

O mesmo ainda não aconteceu com a ficção científica escrita no Brasil, segundo Novello. “Existem bons autores, mas que ainda estão restritos às editoras menores e independentes.”

Durante o mês de junho, acontecem duas oficinas ligadas ao encontro. A escritora Aline Valek, autora de “As Águas-Vivas não Sabem de Si” (editora Rocco, 296 págs., R$ 34,50), será a responsável por um curso gratuito para quem quer aprender a fazer zines, publicações independentes de pequena tiragem. As atividades acontecem entre os dias 2 e 23 de junho, aos sábados, às 10h.

Nas noites de sexta-feira (19h) de 1º a 29 de junho, haverá ainda um workshop de escrita criativa com Geruza Zelnys, autora de “Tatuagem” (editora Patuá, 200 págs. R$ 38).

As atividades têm entrada gratuita e a retirada do ingresso deve ser feita no local 30 minutos antes do início do evento. Mais informações estão disponíveis no site sescavenidapaulista.org.br.

 

 

O FUTURO É O CORPO, A TECNOLOGIA É O PRESENTE

QUANDO De 24 de maio a 29 de junho

ONDE Sesc Avenida Paulista (Avenida Paulista, 119, Bela Vista)

QUANTO Gratuito

 

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Philip K. Dick mostra futuros possíveis em livro de contos “Sonhos Elétricos” https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/04/26/philip-k-dick-mostra-futuros-possiveis-em-livro-de-contos-sonhos-eletricos/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/04/26/philip-k-dick-mostra-futuros-possiveis-em-livro-de-contos-sonhos-eletricos/#respond Thu, 26 Apr 2018 13:26:28 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/PKD-1981-bust-paisley-shirt-Ronan-2-300x200.jpg http://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=407 O produtor Michael Dinner (Anos Incríveis) reuniu um grupo diverso de roteiristas com a missão de adaptar para a TV contos de Philip K. Dick (1928-1982). O resultado do projeto pode ser visto na série antológica “Philip K. Dick’s Electric Dreams” (sonhos elétricos de Philip K. Dick), disponível no serviço de streaming Amazon Prime Video.

Agora, as histórias originais que inspiraram os dez episódios de “Electric Dreams” chegam ao Brasil na edição “Sonhos Elétricos” (editora Aleph).

Além dos contos, o livro também traz textos com a visão dos roteiristas responsáveis pelas adaptações.

Um deles é Jack Thorne, o britânico responsável pelo texto da peça “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, que roteirizou o conto “O Passageiro Habitual” (“The Commuter”) para a série.

Na história original, um passageiro aparece em uma estação de trem insistindo por um bilhete para uma cidade que não existe –pelo menos no universo que conhecemos. Intrigado, o bilheteiro resolve investigar o caso e acaba descobrindo uma realidade paralela.

Na série, a trama sofreu poucas modificações: ganhou um ar contemporâneo e um desenvolvimento maior de personagens como o filho do bilheteiro, um garoto inexpressivo no conto que se tornou um adolescente instável emocionalmente na série.

“Como alguém que já leu muita ficção científica, acredito que exista uma diferença entre escritores que têm ideias e escritores que constroem mundos. PKD constrói universos”, diz Thorne em sua introdução ao conto no livro.

Mas “O Passageiro Habitual” é um dos raros trechos da coletânea que não falam sobre tecnologia e futuro. Os temas são revirados por PKD em outras sete breves distopias presentes na obra.

A narrativa “Foster, Você Já Morreu”, que virou o episódio “Safe and Sound” na série, tem esse jeitão distópico. O episódio conservou poucos elementos do texto, como a sociedade futurista cercada pelo medo de invasores invisíveis –talvez inventados. Os personagens e os cenários, entretanto, ficaram irreconhecíveis no programa.

Essas releituras da obra de PKD aparecem, em menor ou maior grau, em todos os episódios. As mudanças não chegam a descaracterizar o trabalho do escritor. Elas evidenciam o que o leitor de “Sonhos Elétricos” poderá notar desde as primeiras páginas:  a atualidade das histórias.

Ao especular sobre o futuro e as implicações da tecnologia, os textos de PKD ainda são capazes de fazer refletir sobre o que está por vir.

O mundo abarrotado de propagandas do conto “Argumento de Venda” (aliás, outro conto que ficou desfigurado na série), no qual robôs são programados para fazerem propaganda de si mesmos e se venderem, expõem a preocupação que o autor nutria em relação ao consumismo crescente nos Estados Unidos da década de 1950.

O ritmo de consumo atual –e a quantidade de lixo que ele gera, prejudicando o ambiente– provavelmente deixariam PKD de cabelo em pé.

Depois de passar por essas dez histórias, o que mais se destaca é a capacidade que o autor tinha de expor e questionar o que é ser humano.

PKD coloca os personagens em mundos muito diferentes e, algumas vezes, até absurdos. Ao mesmo tempo, pessoas continuam sendo pessoas, enfrentando os mesmo dramas, seja na Terra ou em outro planeta, hoje ou daqui a milhares de anos.

 

Capa de "Sonhos Elétricos", do escritor americano Philip K. Dick (Foto: divulgação)
Capa de “Sonhos Elétricos”, do escritor americano Philip K. Dick (Foto: divulgação)

 

“SONHOS ELÉTRICOS” (“ELECTRIC DREAMS”)

AUTOR Philip K. Dick

TRADUTOR Daniel Lühmann

EDITORA Aleph

QUANTO R$ 49,90 (274 págs.); R$ 29,90 (e-book)

 

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Viagens no tempo ajudam a contar história sobre escravidão em livro https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/04/11/viagens-no-tempo-ajudam-a-contar-historia-sobre-escravidao-em-livro/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/04/11/viagens-no-tempo-ajudam-a-contar-historia-sobre-escravidao-em-livro/#respond Wed, 11 Apr 2018 11:45:37 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/octavia_butler-por-Cheung-Ching-Ming-257x200.jpg http://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=238 Viagens no tempo são geralmente usadas na ficção científica para entreter. “De Volta para o Futuro” (1985) é o exemplo clássico. Os paradoxos envolvidos nessas incursões até existem no filme, mas tudo acontece em clima de aventura e diversão.

Outras histórias usam o recurso com um tom mais sério.

É o caso de “Kindred – Laços de Sangue” (editora Morro Branco), da americana Octavia Butler (1947-2006). A autora nos faz viajar no tempo com a protagonista Dana, uma mulher negra da década de 1970 que inesperadamente se vê na fazenda onde seus ancestrais escravizados viviam, em algum momento do século 19.

O propósito desse deslocamento temporal, ela entende logo, é salvar sua própria existência ao proteger a vida de seus familiares.

Dana é uma mulher moderna que vive em Los Angeles e tenta ganhar a vida como escritora enquanto encara uma série de empregos mal pagos — situação também vivida por Octavia.

Mesmo tendo nascido cerca de duzentos anos depois dos parentes que encontra no passado, a personagem também sente o peso do preconceito contra os negros. Dana enfrenta discriminação por ser casada com um homem branco, por querer ser escritora, pela cor da sua pele.

Entre as idas e vindas que acontecem sem aviso, ela acaba por entender as origens de sua própria família e, ao mesmo tempo, Octavia nos conta uma história que não deve ser esquecida.

“Kindred” mostra momentos de angústia que os negros viviam diariamente para poderem sobreviver, presos a um dos sistemas mais cruéis já inventados pelos humanos.

O mecanismo usado para viajar no tempo não é explicado no livro. A autora se preocupa mais em imaginar como seria o encontro dessas duas gerações tão diferentes. Ela faz isso bem e nos leva junto para testemunhar essa reunião.

A experiência da escritora como mulher negra está em toda sua obra e parte da potência de sua escrita vem disso.

Em uma entrevista concedida ao programa de TV do jornalista americano Charlie Rose, em 2000, Octavia disse que escolheu a ficção científica porque, nela, não há muros nem portas fechadas. “Você pode olhar, questionar e brincar com qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa”, afirmou.

Em “Kindred”, a autora prova que sabe usar a flexibilidade do gênero como poucos, mostrando a brutalidade do racismo ao colocar presente e passado no mesmo cenário.

Publicado em 1979, o livro chegou ao Brasil apenas no ano passado. É justiça feita a uma das autoras mais importantes da área.

Nos últimos anos, editoras nacionais têm feito o esforço para trazer escritoras que, embora já sejam consagradas no meio da ficção especulativa, eram praticamente desconhecidas por aqui.

As novas edições em português de livros das escritoras Margaret Atwood, autora de “O Conto da Aia” (editora Rocco), e Ursula Le Guin, autora de “Os Despossuídos” (editora Aleph), são exemplos desse movimento.

Octavia cravou seu nome ao lado de Ursula e Margaret não só pelo sucesso de vendas que foi, mas também pelos prêmios que ganhou. Ela foi vencedora de dois prêmios Hugo e dois Nebula, os mais importantes da área.

E podemos esperar mais: a editora Morro Branco lança no mês de maio “A Parábola do Semeador” (Parable of the Sower), outra ficção científica da autora inédita no Brasil.

Publicada originalmente em 1993, a obra trata de temas recorrentes nas histórias de Octavia, como feminismo e violência contra minorias.

 

 

Capa do livro "Kindred - Laços de Sangue", da escritora americana Octavia Butler (Foto: divulgação)
Capa do livro “Kindred – Laços de Sangue”, da escritora americana Octavia Butler (Foto: divulgação)

KINDRED – LAÇOS DE SANGUE (KINDRED)

AUTORA Octavia Butler

TRADUTORA Carolina Caires Coelho

EDITORA Morro Branco

QUANTO R$ 59,90 (capa dura); R$ 29,90 (brochura)

 

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Autor de clássico ‘Duna’ ganha parque em sua homenagem nos Estados Unidos https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/03/30/autor-de-classico-duna-ganha-parque-em-sua-homenagem-nos-estados-unidos/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/03/30/autor-de-classico-duna-ganha-parque-em-sua-homenagem-nos-estados-unidos/#respond Fri, 30 Mar 2018 21:03:27 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/27750398_10156093666214814_7756077426684555245_n-300x154.jpg http://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=122 O escritor americano Frank Herbert, autor de “Duna”, um dos maiores clássicos da ficção científica, publicado originalmente em 1965, será homenageado com um parque em Tacoma, cidade no estado de Washington onde nasceu.

O novo Dune Peninsula, nome que o espaço recebeu, ocupará uma área com cerca de 44 mil metros quadrados dentro do Point Defiance, um parque urbano com mais de 3 quilômetros quadrados de tamanho na zona portuária da cidade.

O local onde a homenagem a Herbert será feita pertencia a uma mineradora e era destinado a atividades de fundição de metal.

O investimento total para a construção do parque é de US$ 60 milhões, segundo a Metro Parks Tacoma, empresa ligada ao governo municipal que administra a área. O projeto está em andamento e deve ser finalizado ainda em 2018.

“[Frank Herbert] alcançou a grandeza literária e agora sua cidade natal reconhece suas realizações”, disse o filho do autor, Brian Herbert, no Twitter.

A homenagem, de acordo com as informações divulgadas pela Metro Parks Tacoma, parece estar apenas no nome do local. Que ela esteja dentro de um parque urbano rodeado pela natureza, porém, teria agradado ao autor.

“Duna” se passa em um futuro muito distante e segue a trajetória do herói Paul Atreides no arenoso planeta Arrakis, onde a água é escassa e o ecossistema é frágil.

Herbert cruza política, ecologia e religião em uma história que ganhou os prêmios Hugo e Nebula e rendeu ainda cinco sequências literárias escritas pelo autor — outras 15 vieram depois de sua morte.

O livro de 1965 é uma das obras de ficção científica mais vendidas de todos os tempos e inspirou filmes de sucesso como os da série “Star Wars”.

O primeiro volume e três das sequências tiveram novas edições lançadas pela editora Aleph no ano passado.

NOVO FILME

Uma nova versão cinematográfica de “Duna” está sendo filmada pelo diretor canadense Denis Villeneuve (“A Chegada” e “Blade Runner 2049”). A data de estreia ainda não foi divulgada.

Em entrevista para o site Yahoo!, no fim do ano passado, Villeneuve disse que seu filme não deve ter semelhanças com a versão realizada por David Lynch em 1984.

Brian Herbert é um dos os envolvidos na produção do filme e faz atualizações quase todas as semanas sobre o andamento da obra em seu perfil no Twitter (@DuneAuthor).

Ele também é responsável por escrever sequências para o universo de “Duna” ao lado do escritor Kevin J. Anderson.

 

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Folha estreia blog sobre ficção científica https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/03/13/folha-estreia-blog-sobre-ficcao-cientifica/ https://scifi.blogfolha.uol.com.br/2018/03/13/folha-estreia-blog-sobre-ficcao-cientifica/#respond Tue, 13 Mar 2018 05:00:11 +0000 https://scifi.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/AHi_j0117-150x150.jpg http://scifi.blogfolha.uol.com.br/?p=30 A Folha estreia nesta terça (13) o Sci-Fi Blog, que traz as novidades da literatura de ficção científica e das adaptações que chegam ao cinema e à televisão.

O blog terá também um espaço de entrevistas com autores brasileiros e estrangeiros, cobertura dos principais prêmios literários para o gênero e pautas que cruzam conhecimento científico e literatura de ficção.

As relações entre história e ficção científica e os desdobramentos dessas obras no pensamento e na educação para a carreira em ciência também estarão contemplados.

A página é assinada por Everton Lopes Batista, jornalista desde 2016 na Folha, onde participou do 60º Programa de Treinamento em Jornalismo Diário e, atualmente, é repórter da editoria de Seminários.

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